quarta-feira, 28 de maio de 2008

CANTARES DO SEM-NOME E DE PARTIDAS.

Ilharga, osso, algumas vezes é tudo o que se tem.
Pensas de carne a ilha, e majestoso o osso.
E pensas maravilha quando pensas anca
Quando pensas virilha pensas gozo.
Mas tudo mais falece quando pensas tardança
E te despedes.
E quando pensas breve
Teu balbucio trêmulo, teu texto-desengano
Que te espia, e espia o pouco tempo te rondando a ilha.
E quando pensas VIDA QUE ESMORECE. E retomas
Luta, ascese, e as mós do tempo vão triturando
Tua esmaltada garganta... Mas assim mesmo
Canta! Ainda que se desfaçam ilhargas, trilhas...
Canta o começo e o fim. Como se fosse verdade
A esperança.

Um comentário:

Alisson da Hora disse...

ah, Dona Hilst...ah, as partidas e os fragmentos de saudade...você fará falta por estas plagas, mocinha, muita, mas é importante o teu vôo, para seres maior do que já és...ah, o texto lá do blog... lembra do Pessoa: "o poeta é um fingidor/finge tão completamente/que chega a fingir que é dor/a dor que deveras sente"...

beijo