quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Pra depois

Guardar tudo pra um futuro que nunca chega. Guardar o dinheiro pra uma casa que nunca chega, pra uma viagem que nunca é feita, guardar o tempo de se divertir pra trabalhar esperando uma bonança que não vem, guardar o afeto pra um grande amor que promete, guardar os planos pra hora que o homem aparecer, economizar na dedicação, na escarafunchamento da loucura, deixar as coisas se deteriorarem pra cuidar depois, quando algum próximo aparecer, aí cuidar, no imediatismo do amor, que vai, novamente, dar com os burros n'água, por que sempre dá, se jogar, de joelheiras, querer, mas só um pouquinho, querer mas não agora, querer o impossível que nunca realiza e nos deixa com a sensação de falta, constante, falência múltipla do amor, morte por sufocamento, viver economicamente, sem riscos nem apostas, com a suposta sensação confortável de que até você, só chega a parte boa da vida.

4 comentários:

Paula Barros disse...

Não sei se entendi. Li três vezes.
Vê se entendi. Apesar dos questionamentos, é como se a pessoa mesmo pensando e se questionando de tantas coisa da vida, no final de tudo, ache que mesmo assim, recebeu a melhor parte. Ou se conforme acreditando nisso. É isto querida?
Se for, penso o seguinte, pela minha experiência. Muitas vezes é a melhor parte e não percebemos, não valorizamos.
beijos

Alisson da Hora disse...

Tenha fé, somente.

Anônimo disse...

.oi.

.pra te responder deveria crer que a poesia está em lugar de sombra ou de luz. e não é assim que creio. é mais como perder-se de se achar.

.gostei desse teu lugar de verbos intensos.

.paulo a.

Fábio Shiraga disse...

Eu ia comentar, mas vou deixar prá depois.